sábado, 29 de janeiro de 2011

Angela Mazzei, a diretora de um curso de línguas que não tem receio de lutar pelo o que quer

Mulheres que fazem a diferença

Angela Mazzei é uma mulher que faz a diferença. Empresária, diretora de duas filiais de um curso de inglês e professora de línguas, ela persegue seus sonhos e atua também como guia de turismo.
Angela conta à “Conversa com a Autora: Entrevistas” como chegou a alcançar alguns de seus sonhos.

Autora: Como você se tornou professora de inglês?
Angela: Eu era aluna e estudei a vida toda no CCAA. Quando eu estava terminando o curso, passei para administração de empresas na UFRJ. Tenho três faculdades de pós-graduação e essa é a primeira delas. Depois entrei no curso de formação de professores e me apaixonei. É um perigo! Eu falo isso para todo mundo, porque você realmente se torna professor. O perigoso não é só tornar-se professor, mas o curso lhe dar duas profissões: aquela que você escolheu para a sua vida e aquela pela qual você se apaixonou. Assim, me tornei professora do CCAA e durante 14 anos da minha vida fui somente professora.

Autora: E depois disso?
Angela: Fui, então, convidada para trabalhar na direção geral do CCAA, trabalhei no setor de provas, no departamento de ensino. Eu também trabalhei levando o CCAA para as empresas em 1999.

Autora: Como era esse trabalho nas empresas?
Angela: É um setor do CCAA em que você divulga o curso nas empresas, chamado Sessão de Cursos Externos. Eu fazia contato e era essa ponte. Em algumas oportunidades fui à TV Globo, Globo SAT, Furnas, BNDS. Nesse tipo de trabalho você conhece muita gente, ainda mais que lida com RH.

Autora: E para ir de uma professora à uma diretora, o que você teve que fazer?
Angela: Inaugurei o CCAA Grajaú como diretora, mas ainda era filial. Fiquei de 1995 a 1999 aqui. Em 2001, o CCAA resolveu franquear o Rio de Janeiro e o doutor Valdir (dono da franquia) só vendia para quem tem amor ao CCAA. Havia uma pessoa que queria comprar a filial do Grajaú à vista, e ele não vendeu. Ele vendeu para mim, que tinha amor ao CCAA e tenho até hoje; ele sabia que eu ia honrar com os meus compromissos como sempre fiz. Então, me tornei franqueada. Ainda assim, sempre tive uma turminha. Não deixava de ter uma turma de alunos.

Autora: Você continua dando aula?
Angela: Sim, continuo! É a minha cachaça! (risos). Eu tenho aula VIP e aula de conversação. Quero fazer tudo ao mesmo tempo, mas eu, por exemplo, não posso deixar de ter uma turma, pois eu quero saber como está o resultado dos meus alunos. Eu me preocupo com isso. Eu simplesmente quero saber! Eu recebi o resultado dos alunos do CCAA que fizeram o TOEFL e fiquei muito feliz pois os resultados foram maravilhosos!
Eu acho que trabalhar em uma instituição em que as pessoas fazem um trabalho bonito e sério, nos dá resultados.

Autora: O trabalho é muito intenso? Você consegue administrar tudo?
Angela: Trabalhamos muito! Não sou mais diretora do CCAA, porque tenho o CCAA Grajaú, depois abri o Vila Isabel e a Dream Tour. Com três empresas, precisei colocar uma diretora aqui - com o meu jeito de ser, que administra como eu faço - para eu poder me ausentar nos momentos certos, buscar os negócios e, também, voltar a ter vida! Trabalho de 7h às 10h da noite durante a semana, e sábado, de 8h às 14h. Esse é o preço que se paga. Quando você sabe administrar seu tempo, gerenciar sua vida, você faz tudo o que quer e ainda sobra tempo para ir á praia. E gerenciar é delegar, então estou delegando minhas tarefas, ou seja, a direção do Grajaú. É claro que procuro estar em todas as três empresas checando o que está acontecendo. Foi a forma que eu encontrei de crescermos mais.

Autora: O que é a Dream Tour?
Angela: É uma agência de turismo para os alunos do CCAA que, querendo viajar com a gente, facilitamos. Começamos com uma brincadeira, a coisa ficou séria e a Dream Tour cresceu.

Autora: E como surgiu o Dream Tour? Eu sei que antes vocês faziam por uma outra empresa de viagens, não faziam?
Angela: Um grupo de alunos, em 2006, nos convidou para fazer uma viagem à Disney e, assim, fizemos. Só que para operarmos naquela época, não tínhamos empresa. Como o pessoal de outra agência de turismo era nosso amigo e é até hoje, fizemos uma parceria. Só que sentimos que o CCAA seria um grande mercado para nós em termos de viagens, então convidamos essa empresa para criar a Dream Tour, mas não deu certo porque nossa maneira de ver e de trabalhar era muito diferente da deles. Por exemplo, hoje, lá nos Estados Unidos, temos uma operadora. Quando chegamos lá, já está tudo pronto. O hotel já está com um bombom no seu quarto e a sua mala já está lá dentro. Acho que quando você dá conforto e faz um serviço legal, as pessoas indicam para outras, e essa é uma forma de crescer. Eles não viam isso, queriam fazer um trabalho como todo mundo faz e ter o maior lucro possível. Isso bateu contra a minha filosofia e com a da Edlice (a outra guia, sócia da Dream Tour, professora do CCAA e médica) e nós nos separamos dessa empresa. Nesse momento, criamos a Dream Tour, abrimos a agência e patenteamos o nome. Nela, estou focada se as pessoas estão felizes, realizando sonhos, se estão satisfeitas com a viagem.Ela cresceu do nosso trabalho, do serviço diferenciado, e estamos cada vez melhor devido a nossa experiência.

Autora: O que você acha de ser uma mulher de negócios?
Angela: A mulher quando é gerente e tem seu próprio negocio, quase sempre não é entendida pelos homens. Eu tive que fazer uma opção na minha vida, eu preferi não me casar, pois eu poderia ter-me ‘re-casado’ (risos), mas sou uma pessoa totalmente independente, tenho os meus negócios, faço da minha vida o que eu quero, tenho um filho e vou ser vovó agora.

Autora: Você é uma pessoa realizada?
Angela: Não sou. Se um dia eu disser que estou realizada, está na hora de eu ir embora. (risos) Estarei sempre buscando alguma coisa, procurando, e eu acho que crescer é sempre trazer as pessoas com você. Por exemplo, quando crescemos, com o CCAA Grajaú, Vila Isabel ou a Dream Tour, estamos empregando mais gente. Se você faz um trabalho bonito, o seu aluno gosta e sai daqui satisfeito. A filosofia do CCAA, que é aquela que eu aplico na Dream Tour, é ser leal, sincero e honesto. Trabalhar com transparência e amor. Eu acho que tudo o que você faz com amor e dedicação na sua vida só o faz crescer, e tudo dá certo! No momento em que você faz de má vontade, não funciona. Isso vale para qualquer profissional, seja qual for a área em que trabalhe.

Autora: Como é sua relação com os professores e funcionários?
Angela: Sou uma pessoa extremamente chata, pois sou exigente. Trabalha comigo quem me conhece e entende minha maneira de ser. Eu parto do seguinte princípio: não sou injusta com ninguém. Todas as vezes em que posso ajudar um funcionário, eu ajudo e o farei. Mas eu dou e exijo. Costumo dizer que eu não tenho funcionários, eu tenho amigos, colegas. Eu não gosto de chamar a atenção de ninguém porque acho que quando você é consciente com o trabalho que tem que cumprir, não precisa ser chamado a atenção. Então eu sempre converso com as pessoas e tento passar isso, pois quando o faço é porque não se está realizando o trabalho direito. Eu preciso saber se a pessoa não está mais satisfeita ou se realmente perdeu o foco do trabalho, e, nesse caso, irei ajudá-la.
Aqui eu também premio professores e funcionários. Eu acho que quando uma empresa está crescendo, todos crescem. E se o funcionário tem essa visão, ele faz de tudo para contribuir nesse  crescimento pois ele sabe que terá um retorno depois. Essa é a minha relação com eles.
Todos os meus funcionários aqui são antigos. Os que saem daqui, estudam, vão para outro tipo de emprego, e eu entendo isso, porque as pessoas têm que crescer na vida. Alguns dos que saíram eram ótimos funcionários, meus grandes amigos até hoje, e não fiquei nem um pouco triste com a decisão deles de irem! Pelo contrário, fiquei feliz por saber que eles estavam melhorando de vida. Muitos deles, inclusive, eu incentivei a voltar a estudar e hoje eles prosperam.

Autora: E com os alunos?
Angela: Com os alunos, eu tento ser eu mesma, a Angela, pois eles me veem somente como diretora. Por isso que eu vou fazer a proposta de rematrícula. Eu entro em sala de aula e repito a mesma coisa mais de cem vezes e gostaria de repetir mais duzentas vezes. É a forma que eu encontrei de ter contato com os alunos e fazê-los ver que não sou uma diretora rígida, e sim uma professora também, que pode ser amiga deles. Claro que cada um tem a sua posição, às vezes eu tenho que estar chamando a atenção de um aluno que fez alguma besteira, mas conversando, somente. Enquanto eu puder usar o diálogo, eu uso. Quando não der mais, eu chamo os pais, mas eu procuro ser amiga, apesar de saber que há muita gente que tem medo da diretora. Fazer o quê! (risos)

Autora: Por que você é uma mulher que faz a diferença?
Angela: Eu nem sei se faço a diferença. Sou uma batalhadora, sou uma leoa. Sempre o que fiz na minha vida foi focar no que eu queria. Eu pensava: “O que eu quero na minha vida e o que eu vou fazer para conseguir isso?”
Acordo todos os dias desempregada e tenho que ganhar meu dia, e, dessa forma, corro atrás de meus sonhos. Eu tenho sonhos grandes. Eu quero ver CCAA Grajaú, Vila Isabel e a Dream Tour muito grandes. Eu quero olhar para essas franquias e para a agência e ver que tem muita gente trabalhando e feliz. Aí já posso ir embora. Eu quero deixar um legado bonito para as pessoas que estão aqui. 
Se eu faço a diferença eu não sei, mas eu corro atrás dos meus sonhos e eu falo isso para todo mundo. Correr atrás de seus sonhos é você viabilizar aonde você quer chegar. E fazer isso da forma mais honesta e carinhosa possível sem subir em ninguém. Eu sou muito cristã, e eu acredito que você só consegue realizar os seus sonhos quando eles são bons, e que para vencer você não está destruindo ninguém. De igual para igual. Você não pisa em ninguém para crescer, e não humilha ninguém.
A mulher que faz a diferença não é só aquela que trabalha fora e que tem uma empresa não. A diferença a gente faz em momentos diversos da nossa vida. Eu vejo muitos adolescentes perdidos, sem foco, porque os pais infelizmente estão trabalhando fora e não têm tempo para os filhos. Eu trabalhei fora a minha vida toda, mas sempre tive tempo para conversar com o meu filho. 



Agradeço imensamente a participação de Angela Mazzei no prejeto de entrevistas "Mulheres que fazem a diferença".

Peço desculpas a vocês, leitores, por ter demorado tanto tempo a postar uma nova entrevista, mas sabem como é complicado época de férias, não? Espero que compreendam.
Obrigada pela visita e voltem sempre! Estarei aguardando os seus comentários sobre as entrevistas recentes.

Leia também: Conversa com a Autora

sábado, 8 de janeiro de 2011

Regina Canedo, sonhadora e dedicada à educação

Mulheres que fazem a diferença

Regina Canedo é uma mulher que faz a diferença. Educadora, mulher batalhadora e diretora de um colégio de ponta do Rio de Janeiro.
Regina conta a "Conversa com a Autora: Entrevistas" um pouco de seu trabalho e de seus interesses.

Autora: Qual foi sua formação?
Regina: Não estou formada. Pretendo jamais estar. Identifico-me MUITO com Educação. Depois de atuar como professora, busco especializações, atualizações que me despertem para novos ideais.
Assim, tem sido: Pedagogia, Psicopedagogia, Especialização em Educação Infantil, Especialização em Educação Especial, Administração Escolar, Supervisão Pedagógica, Orientação Educacional...

Autora: Como surgiu a ideia de montar um colégio?
Regina: Minha experiência inicial no magistério foi no ensino público. Lamentavelmente, à época, creio que ainda o seja: você não consegue realizar muito do que planeja. Depende de políticos.
Meus pais, percebendo minha vocação e grande interesse pela Educação, ofereceram-me o imóvel para inaugurar a primeira unidade MOPI.
Autora: E como você começou a estruturá-lo?
Regina: A partir de meus estudos e pesquisas adaptados ao imóvel. Participei de tudo. Vibrei com cada parede que ajudei a pintar.

Autora: Como é sua relação com os alunos?
Regina: Amigável, respeitosa. Gosto de estar entre eles, nas mais variadas idades. É uma superdose de energia positiva.
Autora: E com a equipe de funcionários?
Regina: São colaboradores que muito respeito, independente da função em que atuem. Todos são importantes para o MOPI. Acompanho o desempenho de cada um, através dos coordenadores dos núcleos. Trabalhamos com a política da meritocracia. O valor de cada um é reconhecido.
Autora: Você já entrou em classe alguma vez para ensinar?
Regina: Iniciei minha carreira no magistério, como professora de Jardim de Infância. Durante seis anos na Cidade de Deus: vivenciei a vida miserável, em todos os sentidos. Aprendi muito vendo o não ter, o não ser. Esforcei-me, sempre, para me doar. Depois no Instituto de Educação. Também trabalhei um período na Cultura Inglesa. É imprescindível praticar seus conhecimentos.
Autora: O que você sente quando vê "suas crianças" terminando o colégio e entrando na faculdade?
Regina: Penso como Fernando Pessoa foi feliz ao escrever: "Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?".
É, Vitória, "tudo vale a pena quando a alma não é pequena.”

Autora: Quais são seus próximos projetos? O que sonha alcançar?
Regina: Ampliar o Grupo MOPI. Construir novas unidades. Contribuir para uma sociedade mais responsável, consciente da importância do exercício dos valores e princípios morais. Quem estuda no MOPI aprende esta lição. Somente assim a humanidade terá salvação.
Autora: Você tem o apoio da família no seu trabalho?
Regina: Sempre recebi carinho, apoio, admiração, respeito pelo que realizo. Hoje, meus filhos, contaminados pelo amor à Educação são meus sócios nesta paixão e nas empresas MOPI.
Autora: O que você acha dos projetos de desenvolvimento sustentável?
Regina: Importante caminho na solução de problemas que não mais pertencem ao futuro. Já convivemos com esta realidade. Mais uma vez a Educação possui fundamental importância para o enriquecimento cultural, conscientizando, estimulando o pensar com criatividade e respeito para o bem de todos nós em nosso maior legado: o planeta Terra.
 Autora: Quais são seus hobbies?
Regina: Gosto muito de praticar exercícios físicos, curtir minha família, netos (um dia você vai descobrir o que essas pessoinhas fazem com a gente), viajar pelo mundo, ler, cinema, teatro. Jogar Sudoku, Rummikub.
Autora: Por que você é uma mulher que faz a diferença?
Regina: Todos somos diferentes. De minha parte, sonho. Defino metas. Invisto para que estes sonhos se tornem realidade.


*Colégio MOPI – Moderna Organização Pedagógica Integrada


Agradeço encarecidamente à Regina Canedo por sua participação no projeto “Mulheres que fazem a diferença”.


Aguarde em breve novos relatos e entrevistas.

Leia também: Conversa com a Autora.