terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher

Hoje, dia 8 de março, terça-feira, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Como este blog tem por intuito principal valorizar o papel da mulher, além de tornar pública a crescente presença feminina na sociedade, foi feita uma homenagem para essas pessoas que fazem a diferença tanto profissionalmente quanto pessoalmente, em meio a seus familiares.

A ideia do projeto “Mulheres que fazem a diferença” surgiu após a vitória de Dilma Roussef nas eleições para Presidente da República. Esse fato mostrou que, mais do que nunca, a mulher pode prosperar e fazer a diferença em todos os âmbitos de sua vida. Sim, nós podemos!

Em janeiro de 2011, solicitei uma entrevista com nossa presidente, Dilma Roussef. Por estar muito atarefada em seus primeiros dias de mandato, ela não pôde me receber. Entretando, enviou-me uma declaração especialmente sobre o Dia Internacional da Mulher para que fosse publicada no dia de hoje. Leia a seguir:


Saiba mais sobre o Dia Internacional da Mulher:

No dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. A manifestação foi reprimida com total violência.
Somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o dia oito de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual.

Parabéns a todas as mulheres! 

segunda-feira, 7 de março de 2011

Marina Ribeiro, trabalhando na ONU, protege a Camada de Ozônio, além de dedicar-se à família

Mulheres que fazem a diferença

Marina Ribeiro é uma mulher que faz a diferença. Gerente de projetos das Nações Unidas para a preservação do meio ambiente, a mulher, que se diz muito feliz, tem paixão por corrida e viagens mundo afora também é mãe, avó e uma esposa dedicada.

Autora: Como foi a sua formação, tanto acadêmica quanto das Nações Unidas.
Marina: Eu me formei em economia e administração de empresas e, quando comecei na ONU, ainda não era formada. Eu me formei estudando lá mesmo. Comecei como funcionária, não como estagiária, e fui promovida ao longo do tempo. Hoje trabalho como gerente de projetos ambientais.

Autora: Como é o seu trabalho?
Marina: Eu trabalho em gestão de projetos ambientais, que estão direcionados para a proteção da Camada de Ozônio. Trabalho para o Brasil, fazendo os projetos ambientais do país para essa proteção. Como eles são executados com recursos doados, os países desenvolvidos formaram o Fundo Multilateral cuja Secretaria organiza e administra todas as doações para os países em desenvolvimento.

Autora: Você e sua equipe que elaboram os projetos então? Eles logo são postos em prática?
Marina: Os projetos são escritos em conjunto com o governo, sempre sob a coordenação do mesmo e, ele estando de acordo, os submetemos à Secretaria do Fundo Multilateral. Quando esta aprova é que passamos a executá-los aqui. A cada seis meses temos que reportar ao Fundo o que fizemos, como gastamos o dinheiro doado e como está o andamento do projeto, pois, apesar de ser doado, temos que prestar contas do que é feito. E o bom disso é que a gente se ajuda. Por exemplo, no meu caso, é o Brasil, mas existem pessoas como eu em outros países emergentes. Cada um que trabalha junto ao Ministério do Meio Ambiente de seu país está ajudando o mesmo a cumprir seus compromissos junto ao Protocolo de Montreal.

Autora: E todos os países em desenvolvimento têm acesso a esse Fundo Multilateral?
Marina: Sim, todos. Assim como todas as agências da ONU, que podem elaborar um projeto para o Brasil ou qualquer outro país em desenvolvimento e submeter à Secretaria do Fundo.
Por exemplo, há o PNUMA, que é o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a UNIDO, organismo das Nações Unidas para Indústria e Comércio, e muitas outras.

Autora: Em qual agência da ONU você trabalha?
Marina: Trabalho para o PNUD, que é o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
Aqui no Brasil só o PNUD tem executado projetos na minha área, do Protocolo de Montreal.

Autora: Qual o seu projeto atual?
Marina: Executo o Plano Nacional para a eliminação dos CFCs (gases clorofluorcarbonos). Nele há um componente de treinamento de boas práticas, que consiste em recolher e regenerar os gases.


Autora: E está dando resultado?
Marina: Sim, está. O Brasil cumpriu com todo o seu compromisso com relação aos gases clorofluorcarbonos, então desde 2010, nenhum país em desenvolvimento pode produzir, exportar e muito menos importar CFCs. Está proibido por lei, não é permitido. O Brasil antecipou isso e foi premiado, juntamente com o PNUD, pelo trabalho que fez, já que em 2008, não mais importava esses gases e nunca chegou a produzi-los.

Autora: Seu trabalho quanto aos CFCs está completo então. Qual o próximo projeto?
Marina: Não temos outro projeto ainda. Agora, estamos trabalhando para o programa brasileiro de eliminação dos hidroclorofluorcarbonos (HCFCs).

Autora: Esses gases também são prejudiciais?
Marina: Sim, não tanto quanto os CFCs, mas prejudicam sim. Primeiro, foi descoberto - por um brasileiro, Mario Molina -, nos anos 70 que os CFCs eram prejudiciais para a camada de Ozônio.

Autora: O que foi feito?
Marina: Todos os países desenvolvidos tomaram providências imediatas, pois têm recursos para isso. Os países em desenvolvimento não, porque, nestes, isso envolve muito mais pequenas e médias empresas do que grandes empresas nesses. Esses países precisavam de recursos para conseguir a diminuição e eliminação do uso de CFCs. Surgiu, então, o Fundo Multilateral e a Secretaria que iria organizar as doações dos desenvolvidos para os emergentes.

Autora: E quanto aos HCFCs?
Marina: Os países conseguiram diminuir e até eliminar o uso de CFCs, só que, principalmente com o setor de espumas, a conversão de tecnologia era feita para equipamentos que utilizavam HCFCs, que era a única tecnologia viável na época. Hoje em dia já existem outras, apesar de serem poucas. Naquela época era única e era prejudicial à camada de ozônio e ao aquecimento global – apesar de que na época não se falava muito nesse assunto, só há uns 11 ou 12 anos que o mundo começou a se alarmar quanto a isso. Assim, um dos HCFCs para o setor de espumas foi amplamente usado em todos os países em desenvolvimento para substituir os CFCs. Agora com essa preocupação de mudanças climáticas, aquecimento global e tudo o mais, começaram a pensar que já era hora de trabalhar com novas tecnologias para substituir os HCFCs. Então, todos os países em desenvolvimento – não só o Brasil – e os desenvolvidos estão trabalhando para encontrar novas tecnologias para substituir esses gases e elaborar projetos para as tecnologias que já foram descobertas.

Autora: O Brasil já está próximo de ter um novo projeto?
Marina: O que está acontecendo no Brasil é que já descobrimos duas ou três dessas tecnologias, e estamos trabalhando no desenvolvimento do novo programa que o Brasil vai submeter ao Fundo a fim de conseguir recursos para a eliminação desses gases.

Autora: E qual é a meta?
Marina: Trabalhando agora, pretendemos até 2015 eliminar a utilização dos HCFCs.

Autora: E está dentro das metas do milênio?
Marina: Sim, faz parte dos objetivos do desenvolvimento das Nações Unidas para o milênio, que é o do meio ambiente, no caso do Protocolo de Montreal.

Autora: Você tem ajuda de técnicos para alcançar esses objetivos, certo?
Marina: Claro. Eu sou a gerente. Temos que contratar técnicos na área de refrigeração, de espuma, de todos os setores, para assessorar a equipe e executar os projetos de conversão. Existe uma equipe administrativa e uma equipe técnica, nacional e internacional.

Autora: Como é sua relação com a equipe?  
Marina: É muito boa! Nós somos uma família, até porque passamos quase oito horas juntos. Aliás, eu tenho esse costume, acho que todo lugar onde convivemos, principalmente onde trabalhamos, devemos ter uma harmonia, viver em família, trabalhar com ética. Ética é muito importante, tanto na família quanto no trabalho. Temos um bom relacionamento, tanto dentro do PNUD, como com as contrapartes, o Ministério do Meio Ambiente e as outras agências, é uma relação de confiança. É um trabalho, também, prazeroso, porque todos que estão trabalhando nisso sabem que estão fazendo um bem. Bem para a natureza, para o mundo, para nós, para mim, para você, para a família. É um ponto importante para a preservação da natureza e da nossa saúde. Isso é estimulante, pois todos sabem que estão fazendo de fato alguma coisa para preservar o meio ambiente e a nossa vida.

Autora: Há algo que as pessoas “comuns” poderiam fazer?
Marina: Sim. O principal é se proteger. Hoje a Camada de Ozônio está menos forte, menos “protetora”, mas não podemos dizer que ela não existe. Ela existe sim, apesar de possuir um buraco enorme que está diminuindo gradativamente. Prevemos que até 2020 ou 2025, ela estará 80% regenerada. E até 2050, esperamos que o nosso trabalho dê resultados e que a camada esteja totalmente regenerada. Por isso, para a saúde, a recomendação é usar protetor solar, que evita o câncer de pele. A Camada de Ozônio fina ou nenhuma dela promove que os raios solares passem diretamente para a sua pele e cause o câncer. Óculos escuros também são importantes porque protegem os seus olhos da claridade, dos raios ultravioletas, e, inclusive, não é recomendado comprar óculos de sol em camelô, pois você não sabe se ele tem mesmo proteção de UVA, UVB, então é bom prestar a atenção no tipo de óculos e onde está comprando.

Autora: Isso é uma proteção que qualquer um pode fazer.
Marina: Exatamente. Outra coisa é em relação ao comércio, todo produto que for utilizado, por exemplo, quem é asmático, se for usar algum remédio para asma, tem que olhar se contém ou não CFCs. O próprio governo já legislou e proibiu a fabricação de medicamentos, produtos farmacêuticos, aerosóis, tintas ou espumas que contenham clorofluorcarbonos, e qualquer produto que poderia utilizar CFC é obrigatório agora indicar nas bulas ou embalagens que não contém esses gases. As pessoas têm que olhar se o que estão comprando não contém CFCs. É importante fazer isso. Se virem nas prateleiras um produto que poderia utilizar CFCs e não há indicação alguma na embalagem, é bom denunciar. A legislação já existe e, de qualquer forma, é para todo mundo ficar tranquilo que tanto o PNUD quanto o Ministério do Meio Ambiente têm trabalhando com a ANVISA e com todos os departamentos e instituições de licenciatura e de liberação de medicamentos ou produtos.  Já está proibido, mas é um papel que podemos fazer, e não custa nada fiscalizar.

Autora: E para sabermos quais têm ou não têm?
Marina: É só olhar nas embalagens, por exemplo, spray de tinta. Há alguns que colocam ali: “Não contém CFCs”. Todos devem ter isso. Bombinhas para asmáticos; qualquer tipo de medicamento que tenha algum tipo de bombinha; se for ao médico e ele for receitar, pergunte se tal medicamento contém os gases clorofluorcarbonos e deixe claro que prefere medicamentos sem eles. Isso nas prateleiras já não deve ter, mas sabemos que sempre tem alguém que “dá um jeitinho brasileiro”, não é? [risos] Prestar a atenção nesses detalhes e “fiscalizar” é fazer um papel cidadão.

Autora: Para quem quer começar agora, entrar na ONU, como faz?
Marina: Não há concurso público. Para ingressar na ONU existe um processo seletivo. Todo e qualquer sistema das Nações Unidas no Brasil, quem quiser se candidatar deve entrar no site de cada organismo e procurar um ícone do processo seletivo. Lá existe a orientação de como fazer, como mandar o currículo, como proceder.
Além do site, a ONU publica anúncios de vagas para postos de consultoria ou postos fixos nos jornais estaduais.

Autora: Você foi trabalhar alguns anos nos Estados Unidos, certo? Também foi pela ONU?
Marina: Sim, também foi por processo seletivo, mas já é diferente. Antes de viajar, eu tinha funções de assistente de projetos na área ambiental no próprio PNUD, mas não gerenciava ainda nem trabalhava com nenhum projeto para a proteção da camada de Ozônio na época. Em 1998 abriu essa vaga em Nova York para trabalhar em todos os projetos para a América Latina e o Caribe, era um trabalho de assistência. Eu fui trabalhar para Unidade do Protocolo de Montreal na sede do PNUD e assisti a um coordenador de todos esses projetos. Surgiu, então, a oportunidade de abrir esse Plano Nacional para o Brasil, no qual estou trabalhando agora. Voltei em 2002 trazendo um recurso para trabalhar com o projeto aqui, para gerenciar essa carteira de projetos no Brasil, montar um escritório e uma equipe.

Autora: Você é realizada com o seu trabalho?
Marina: Muito! Com certeza, quem não estaria?! Ajudando e vendo um país ser premiado pelo trabalho feito. Esse não é um trabalho só da Marina, só meu, é um trabalho de equipe e também do governo brasileiro. Essa é a diferença que eu faço. Contribuo para o sucesso do país.

Autora: Por que você acha que é uma mulher que faz a diferença?
Marina: Primeiro, acho que todas as mulheres fazem a diferença. Só o fato de ser mãe faz uma grande diferença, porque eu acho que o mundo é a nossa mãe e a mãe é mãe de todos os seres que estão no mundo. A cada filosofia de vida que uma mãe passa para os seus filhos, já estamos contando com um mundo melhor, com mais amor e carinho, por isso acho que o mundo é mãe. No meu caso, eu só contribuo com uma partezinha desse feminino. Parte essa de gerenciamento de projetos importantes na área ambiental para a proteção da camada de Ozônio, da raça humana e da natureza. Contribuo para a preservação do mundo. Mas cada mulher - e também cada homem - que participa desses projetos contribui com isso. Eu sou uma das mulheres que trabalham em países em desenvolvimento para a proteção da Camada de Ozônio. Essa eu acho que é a diferença.

Autora: O que faz a diferença na sua vida?
Marina: Ser avó, estar novamente na universidade e ser sucedida profissionalmente.

Autora: E o amor?
Marina: Sim, acho que o amor já estar incluído nesse “pacote” pois sem amor não somos completos. E, além do mais, amo meu marido.

Autora: Qual o seu hobbie?
Marina: Estar na faculdade agora, estou estudando por hobbie, fazendo Letras na UnB. Curtir meu netinho, meus familiares que vem aqui me visitar; ler muito, adoro ler; eu tinha um hobbie de escrever, mas agora que estou na faculdade, não estou tendo tempo para fazê-lo.  Estou escrevendo sim artigos acadêmicos, projetos, essas coisas assim, mas eu escrevia muito também. O hobbie que descobri agora é a corrida. Adoro yoga, fazer tai shi, meditar e namorar meu marido. Viajar também.



*Se você não conhece o Protocolo de Montreal ou quer saber mais sobre o assunto, acesse: http://www.protocolodemontreal.org.br/


Agradeço imensamente a Marina Ribeiro pela entrevista e por nos incentivar a preservar o meio ambiente.

Desculpe demorar a postar a entrevista, pessoal. Em breve, aguarde novidades por aqui!


Leia também: Conversa com a Autora

sábado, 29 de janeiro de 2011

Angela Mazzei, a diretora de um curso de línguas que não tem receio de lutar pelo o que quer

Mulheres que fazem a diferença

Angela Mazzei é uma mulher que faz a diferença. Empresária, diretora de duas filiais de um curso de inglês e professora de línguas, ela persegue seus sonhos e atua também como guia de turismo.
Angela conta à “Conversa com a Autora: Entrevistas” como chegou a alcançar alguns de seus sonhos.

Autora: Como você se tornou professora de inglês?
Angela: Eu era aluna e estudei a vida toda no CCAA. Quando eu estava terminando o curso, passei para administração de empresas na UFRJ. Tenho três faculdades de pós-graduação e essa é a primeira delas. Depois entrei no curso de formação de professores e me apaixonei. É um perigo! Eu falo isso para todo mundo, porque você realmente se torna professor. O perigoso não é só tornar-se professor, mas o curso lhe dar duas profissões: aquela que você escolheu para a sua vida e aquela pela qual você se apaixonou. Assim, me tornei professora do CCAA e durante 14 anos da minha vida fui somente professora.

Autora: E depois disso?
Angela: Fui, então, convidada para trabalhar na direção geral do CCAA, trabalhei no setor de provas, no departamento de ensino. Eu também trabalhei levando o CCAA para as empresas em 1999.

Autora: Como era esse trabalho nas empresas?
Angela: É um setor do CCAA em que você divulga o curso nas empresas, chamado Sessão de Cursos Externos. Eu fazia contato e era essa ponte. Em algumas oportunidades fui à TV Globo, Globo SAT, Furnas, BNDS. Nesse tipo de trabalho você conhece muita gente, ainda mais que lida com RH.

Autora: E para ir de uma professora à uma diretora, o que você teve que fazer?
Angela: Inaugurei o CCAA Grajaú como diretora, mas ainda era filial. Fiquei de 1995 a 1999 aqui. Em 2001, o CCAA resolveu franquear o Rio de Janeiro e o doutor Valdir (dono da franquia) só vendia para quem tem amor ao CCAA. Havia uma pessoa que queria comprar a filial do Grajaú à vista, e ele não vendeu. Ele vendeu para mim, que tinha amor ao CCAA e tenho até hoje; ele sabia que eu ia honrar com os meus compromissos como sempre fiz. Então, me tornei franqueada. Ainda assim, sempre tive uma turminha. Não deixava de ter uma turma de alunos.

Autora: Você continua dando aula?
Angela: Sim, continuo! É a minha cachaça! (risos). Eu tenho aula VIP e aula de conversação. Quero fazer tudo ao mesmo tempo, mas eu, por exemplo, não posso deixar de ter uma turma, pois eu quero saber como está o resultado dos meus alunos. Eu me preocupo com isso. Eu simplesmente quero saber! Eu recebi o resultado dos alunos do CCAA que fizeram o TOEFL e fiquei muito feliz pois os resultados foram maravilhosos!
Eu acho que trabalhar em uma instituição em que as pessoas fazem um trabalho bonito e sério, nos dá resultados.

Autora: O trabalho é muito intenso? Você consegue administrar tudo?
Angela: Trabalhamos muito! Não sou mais diretora do CCAA, porque tenho o CCAA Grajaú, depois abri o Vila Isabel e a Dream Tour. Com três empresas, precisei colocar uma diretora aqui - com o meu jeito de ser, que administra como eu faço - para eu poder me ausentar nos momentos certos, buscar os negócios e, também, voltar a ter vida! Trabalho de 7h às 10h da noite durante a semana, e sábado, de 8h às 14h. Esse é o preço que se paga. Quando você sabe administrar seu tempo, gerenciar sua vida, você faz tudo o que quer e ainda sobra tempo para ir á praia. E gerenciar é delegar, então estou delegando minhas tarefas, ou seja, a direção do Grajaú. É claro que procuro estar em todas as três empresas checando o que está acontecendo. Foi a forma que eu encontrei de crescermos mais.

Autora: O que é a Dream Tour?
Angela: É uma agência de turismo para os alunos do CCAA que, querendo viajar com a gente, facilitamos. Começamos com uma brincadeira, a coisa ficou séria e a Dream Tour cresceu.

Autora: E como surgiu o Dream Tour? Eu sei que antes vocês faziam por uma outra empresa de viagens, não faziam?
Angela: Um grupo de alunos, em 2006, nos convidou para fazer uma viagem à Disney e, assim, fizemos. Só que para operarmos naquela época, não tínhamos empresa. Como o pessoal de outra agência de turismo era nosso amigo e é até hoje, fizemos uma parceria. Só que sentimos que o CCAA seria um grande mercado para nós em termos de viagens, então convidamos essa empresa para criar a Dream Tour, mas não deu certo porque nossa maneira de ver e de trabalhar era muito diferente da deles. Por exemplo, hoje, lá nos Estados Unidos, temos uma operadora. Quando chegamos lá, já está tudo pronto. O hotel já está com um bombom no seu quarto e a sua mala já está lá dentro. Acho que quando você dá conforto e faz um serviço legal, as pessoas indicam para outras, e essa é uma forma de crescer. Eles não viam isso, queriam fazer um trabalho como todo mundo faz e ter o maior lucro possível. Isso bateu contra a minha filosofia e com a da Edlice (a outra guia, sócia da Dream Tour, professora do CCAA e médica) e nós nos separamos dessa empresa. Nesse momento, criamos a Dream Tour, abrimos a agência e patenteamos o nome. Nela, estou focada se as pessoas estão felizes, realizando sonhos, se estão satisfeitas com a viagem.Ela cresceu do nosso trabalho, do serviço diferenciado, e estamos cada vez melhor devido a nossa experiência.

Autora: O que você acha de ser uma mulher de negócios?
Angela: A mulher quando é gerente e tem seu próprio negocio, quase sempre não é entendida pelos homens. Eu tive que fazer uma opção na minha vida, eu preferi não me casar, pois eu poderia ter-me ‘re-casado’ (risos), mas sou uma pessoa totalmente independente, tenho os meus negócios, faço da minha vida o que eu quero, tenho um filho e vou ser vovó agora.

Autora: Você é uma pessoa realizada?
Angela: Não sou. Se um dia eu disser que estou realizada, está na hora de eu ir embora. (risos) Estarei sempre buscando alguma coisa, procurando, e eu acho que crescer é sempre trazer as pessoas com você. Por exemplo, quando crescemos, com o CCAA Grajaú, Vila Isabel ou a Dream Tour, estamos empregando mais gente. Se você faz um trabalho bonito, o seu aluno gosta e sai daqui satisfeito. A filosofia do CCAA, que é aquela que eu aplico na Dream Tour, é ser leal, sincero e honesto. Trabalhar com transparência e amor. Eu acho que tudo o que você faz com amor e dedicação na sua vida só o faz crescer, e tudo dá certo! No momento em que você faz de má vontade, não funciona. Isso vale para qualquer profissional, seja qual for a área em que trabalhe.

Autora: Como é sua relação com os professores e funcionários?
Angela: Sou uma pessoa extremamente chata, pois sou exigente. Trabalha comigo quem me conhece e entende minha maneira de ser. Eu parto do seguinte princípio: não sou injusta com ninguém. Todas as vezes em que posso ajudar um funcionário, eu ajudo e o farei. Mas eu dou e exijo. Costumo dizer que eu não tenho funcionários, eu tenho amigos, colegas. Eu não gosto de chamar a atenção de ninguém porque acho que quando você é consciente com o trabalho que tem que cumprir, não precisa ser chamado a atenção. Então eu sempre converso com as pessoas e tento passar isso, pois quando o faço é porque não se está realizando o trabalho direito. Eu preciso saber se a pessoa não está mais satisfeita ou se realmente perdeu o foco do trabalho, e, nesse caso, irei ajudá-la.
Aqui eu também premio professores e funcionários. Eu acho que quando uma empresa está crescendo, todos crescem. E se o funcionário tem essa visão, ele faz de tudo para contribuir nesse  crescimento pois ele sabe que terá um retorno depois. Essa é a minha relação com eles.
Todos os meus funcionários aqui são antigos. Os que saem daqui, estudam, vão para outro tipo de emprego, e eu entendo isso, porque as pessoas têm que crescer na vida. Alguns dos que saíram eram ótimos funcionários, meus grandes amigos até hoje, e não fiquei nem um pouco triste com a decisão deles de irem! Pelo contrário, fiquei feliz por saber que eles estavam melhorando de vida. Muitos deles, inclusive, eu incentivei a voltar a estudar e hoje eles prosperam.

Autora: E com os alunos?
Angela: Com os alunos, eu tento ser eu mesma, a Angela, pois eles me veem somente como diretora. Por isso que eu vou fazer a proposta de rematrícula. Eu entro em sala de aula e repito a mesma coisa mais de cem vezes e gostaria de repetir mais duzentas vezes. É a forma que eu encontrei de ter contato com os alunos e fazê-los ver que não sou uma diretora rígida, e sim uma professora também, que pode ser amiga deles. Claro que cada um tem a sua posição, às vezes eu tenho que estar chamando a atenção de um aluno que fez alguma besteira, mas conversando, somente. Enquanto eu puder usar o diálogo, eu uso. Quando não der mais, eu chamo os pais, mas eu procuro ser amiga, apesar de saber que há muita gente que tem medo da diretora. Fazer o quê! (risos)

Autora: Por que você é uma mulher que faz a diferença?
Angela: Eu nem sei se faço a diferença. Sou uma batalhadora, sou uma leoa. Sempre o que fiz na minha vida foi focar no que eu queria. Eu pensava: “O que eu quero na minha vida e o que eu vou fazer para conseguir isso?”
Acordo todos os dias desempregada e tenho que ganhar meu dia, e, dessa forma, corro atrás de meus sonhos. Eu tenho sonhos grandes. Eu quero ver CCAA Grajaú, Vila Isabel e a Dream Tour muito grandes. Eu quero olhar para essas franquias e para a agência e ver que tem muita gente trabalhando e feliz. Aí já posso ir embora. Eu quero deixar um legado bonito para as pessoas que estão aqui. 
Se eu faço a diferença eu não sei, mas eu corro atrás dos meus sonhos e eu falo isso para todo mundo. Correr atrás de seus sonhos é você viabilizar aonde você quer chegar. E fazer isso da forma mais honesta e carinhosa possível sem subir em ninguém. Eu sou muito cristã, e eu acredito que você só consegue realizar os seus sonhos quando eles são bons, e que para vencer você não está destruindo ninguém. De igual para igual. Você não pisa em ninguém para crescer, e não humilha ninguém.
A mulher que faz a diferença não é só aquela que trabalha fora e que tem uma empresa não. A diferença a gente faz em momentos diversos da nossa vida. Eu vejo muitos adolescentes perdidos, sem foco, porque os pais infelizmente estão trabalhando fora e não têm tempo para os filhos. Eu trabalhei fora a minha vida toda, mas sempre tive tempo para conversar com o meu filho. 



Agradeço imensamente a participação de Angela Mazzei no prejeto de entrevistas "Mulheres que fazem a diferença".

Peço desculpas a vocês, leitores, por ter demorado tanto tempo a postar uma nova entrevista, mas sabem como é complicado época de férias, não? Espero que compreendam.
Obrigada pela visita e voltem sempre! Estarei aguardando os seus comentários sobre as entrevistas recentes.

Leia também: Conversa com a Autora

sábado, 8 de janeiro de 2011

Regina Canedo, sonhadora e dedicada à educação

Mulheres que fazem a diferença

Regina Canedo é uma mulher que faz a diferença. Educadora, mulher batalhadora e diretora de um colégio de ponta do Rio de Janeiro.
Regina conta a "Conversa com a Autora: Entrevistas" um pouco de seu trabalho e de seus interesses.

Autora: Qual foi sua formação?
Regina: Não estou formada. Pretendo jamais estar. Identifico-me MUITO com Educação. Depois de atuar como professora, busco especializações, atualizações que me despertem para novos ideais.
Assim, tem sido: Pedagogia, Psicopedagogia, Especialização em Educação Infantil, Especialização em Educação Especial, Administração Escolar, Supervisão Pedagógica, Orientação Educacional...

Autora: Como surgiu a ideia de montar um colégio?
Regina: Minha experiência inicial no magistério foi no ensino público. Lamentavelmente, à época, creio que ainda o seja: você não consegue realizar muito do que planeja. Depende de políticos.
Meus pais, percebendo minha vocação e grande interesse pela Educação, ofereceram-me o imóvel para inaugurar a primeira unidade MOPI.
Autora: E como você começou a estruturá-lo?
Regina: A partir de meus estudos e pesquisas adaptados ao imóvel. Participei de tudo. Vibrei com cada parede que ajudei a pintar.

Autora: Como é sua relação com os alunos?
Regina: Amigável, respeitosa. Gosto de estar entre eles, nas mais variadas idades. É uma superdose de energia positiva.
Autora: E com a equipe de funcionários?
Regina: São colaboradores que muito respeito, independente da função em que atuem. Todos são importantes para o MOPI. Acompanho o desempenho de cada um, através dos coordenadores dos núcleos. Trabalhamos com a política da meritocracia. O valor de cada um é reconhecido.
Autora: Você já entrou em classe alguma vez para ensinar?
Regina: Iniciei minha carreira no magistério, como professora de Jardim de Infância. Durante seis anos na Cidade de Deus: vivenciei a vida miserável, em todos os sentidos. Aprendi muito vendo o não ter, o não ser. Esforcei-me, sempre, para me doar. Depois no Instituto de Educação. Também trabalhei um período na Cultura Inglesa. É imprescindível praticar seus conhecimentos.
Autora: O que você sente quando vê "suas crianças" terminando o colégio e entrando na faculdade?
Regina: Penso como Fernando Pessoa foi feliz ao escrever: "Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?".
É, Vitória, "tudo vale a pena quando a alma não é pequena.”

Autora: Quais são seus próximos projetos? O que sonha alcançar?
Regina: Ampliar o Grupo MOPI. Construir novas unidades. Contribuir para uma sociedade mais responsável, consciente da importância do exercício dos valores e princípios morais. Quem estuda no MOPI aprende esta lição. Somente assim a humanidade terá salvação.
Autora: Você tem o apoio da família no seu trabalho?
Regina: Sempre recebi carinho, apoio, admiração, respeito pelo que realizo. Hoje, meus filhos, contaminados pelo amor à Educação são meus sócios nesta paixão e nas empresas MOPI.
Autora: O que você acha dos projetos de desenvolvimento sustentável?
Regina: Importante caminho na solução de problemas que não mais pertencem ao futuro. Já convivemos com esta realidade. Mais uma vez a Educação possui fundamental importância para o enriquecimento cultural, conscientizando, estimulando o pensar com criatividade e respeito para o bem de todos nós em nosso maior legado: o planeta Terra.
 Autora: Quais são seus hobbies?
Regina: Gosto muito de praticar exercícios físicos, curtir minha família, netos (um dia você vai descobrir o que essas pessoinhas fazem com a gente), viajar pelo mundo, ler, cinema, teatro. Jogar Sudoku, Rummikub.
Autora: Por que você é uma mulher que faz a diferença?
Regina: Todos somos diferentes. De minha parte, sonho. Defino metas. Invisto para que estes sonhos se tornem realidade.


*Colégio MOPI – Moderna Organização Pedagógica Integrada


Agradeço encarecidamente à Regina Canedo por sua participação no projeto “Mulheres que fazem a diferença”.


Aguarde em breve novos relatos e entrevistas.

Leia também: Conversa com a Autora.